Pais Ausentes
( Elizabeth Schurnovski)
É preciso pensarmos que o
tempo que passamos com nossos filhos, mesmo que pouco, deve ser produtivo e
deixar marcas de nossa educação. Corremos o risco de formarmos uma geração
alienada em tecnologia ao passo que deve ser pensado na educação voltada para
valores éticos, morais, valores que há tempo a sociedade vem deixando de
lado. Em virtude da carga horária
dedicada ao trabalho, deixamos a convivência educacional aos cuidados da
escola.
Esta
necessidade familiar gerou um sentimento de culpa nos pais, que, para compensar
tais circunstâncias, acabam sendo permissivos em demasia com os seus filhos,
impedindo, por conseguinte, momentos de se educar e proporcionar os valores que
devem ser seguidos; derivados dos próprios valores existentes nos pais e na
constituição da personalidade da criança. Contudo, abre-se nova polêmica neste
rastro de educação sem limites, ao lembrarmos que muitos pais com filhos hoje
adolescentes e outros adultos vêm de uma geração na qual pregou por muitos anos
a ideia de que a liberdade total era a melhor saída, contrapondo à ideia de
repressão sócio histórica vivida por eles em sua juventude, o que acarretou em
juízo de valores distorcido, vindo de um radicalismo social para outro, sem
fazer "escola" desta forma de se educar. Não houve ponderação e consequentemente
faltou um plano mediano que fosse sendo ajustado à medida que as demandas
surgissem. Simplesmente foi-se estabelecendo este modelo de educação até o
momento em que se evidenciaram os desastrosos resultado
Hoje, essa expressão ganhou
destaque, principalmente, porque muitas escolas e muitos profissionais passaram
a creditar o comportamento indisciplinado, ou desinteressado dos estudos, de
crianças e adolescentes ao que eles chamam de pais ausentes. Traduzindo: pais
ausentes, na concepção quase geral hoje em dia, são os pais que trabalham, e
bastante, fora de casa e, por isso, quase não têm tempo para estar com os
filhos, acompanhar o desenvolvimento deles, orientá-los sempre que for preciso,
ensinar valores morais e de convívio etc.
Relações
Pais e Filhos
As relações familiares e o carinho dos pais
exercem grande influência sobre a evolução dos filhos, em que a inteligência
não se desenvolve sem a afetividade. (Segundo Almeida, 1999, p.50).
Isso mostra que estar presente na vida dos
filhos é muito importante: sentar com eles; contar uma história; contar as
vitórias e as derrotas da vida; deixar que eles façam parte do seu mundo. É
muito importante também que os pais brinquem com seus filhos: role no tapete,
jogue bola e participe do seu dia – a – dia, essa afetividade pode trazer
grandes benefícios para a aprendizagem escolar da criança.
Mas
sempre há os que resistem. Os que delegam toda a responsabilidade aos
professores são os que trazem mais problemas. Costumam não aceitar críticas e
apoiam os filhos em atitudes indisciplinadas. São os que pedem que não sejam
aplicadas provas às segundas-feiras para viajar no fim de semana ou sugerem que
se enforquem feriados para que seus filhos não corram o risco de perder
matéria. Se o pai faz esse tipo de reclamação, a escola se enfraquece e o jovem
sem limites se fortalece.
Falta de Limites
Alguns pais não têm noção do
mal que causam aos seus filhos quando não estabelecem limites para eles, atendendo
todos os seus desejos sem questioná-los, crianças que não sabem controlar suas
vontades, provavelmente não saberão lidar com problemas corriqueiros do seu
dia-a-dia. Segundo Içami Tiba (195, p. 43) Quando falha o grande controlador,
que é a família, representada na figura dos pais, os abusos começam a
acontecer. E, quando um abuso é bem sucedido, ele se estende para social, na
delinquência. Quando a família deixa o filho fazer sempre suas vontades, este
com certeza criará problemas futuros., essa forma de educar os filhos, baseado
no amor incondicional sem estabelecer as devidas restrições, dizendo com
firmeza não e sim na hora certa, com explicações moderadas e objetivas estão
levando as crianças a se tornarem jovens automaticamente dependentes, sem
autocontrole e inseguros, incapazes de solucionar problemas que surgem na
dinâmica de sua própria vida, sem perspectiva de uma vida futura progressiva,
sem realizações enriquecedoras e positivas
Os Porquês da Ausência
Muitas são as razões da ausência dos pais na vida escolar dos filhos. Deve-se lembrar que, nos dias de hoje, o pai está AUSENTE não somente por condições de morte ou separação. Em muitas famílias, temos pais que, mesmo vivos e casados, se encontram ausentes, não participando da vida familiar, em virtude da carga horária dedicada ao trabalho, deixando a convivência educacional aos cuidados da escola, desde os primeiros momentos, nas creches e nas instituições educacionais, do governo ou particulares.
Muitas são as razões da ausência dos pais na vida escolar dos filhos. Deve-se lembrar que, nos dias de hoje, o pai está AUSENTE não somente por condições de morte ou separação. Em muitas famílias, temos pais que, mesmo vivos e casados, se encontram ausentes, não participando da vida familiar, em virtude da carga horária dedicada ao trabalho, deixando a convivência educacional aos cuidados da escola, desde os primeiros momentos, nas creches e nas instituições educacionais, do governo ou particulares.
Existem
pais que ficam 24 horas perto dos filhos e ainda conseguem ser ausentes, não possuem
menor tato com as crianças, externando assim a falta de preparo emocional,
intelectual e de outras ordens afim.
Conclusão
Estar
presente é muito mais que uma conversa rara com os professores. Na verdade, a
presença na vida escolar começa em casa através de conversas informais sobre a
importância dos estudos, o acompanhamento nas tarefas de casa, o incentivo à
leitura com muito amor e diálogo mesclados com o lúdico que toda a criança
adora.
"Um
pai ou uma mãe que engole os próprios princípios e se cala a cada malcriação dá
um atestado de que não se respeita, e os filhos entendem isso como um sinal
para que não o respeitem também." (Içami Tiba, 2003).
O presente mais valioso que os
pais podem dar aos filhos é este: uma presença humanizadora, firme, afetiva e
efetiva, constante, orientadora, que é o que permite aos filhos que reconheçam
seu mundo interior e identifiquem os limites e o potencial do mundo exterior.
Assim, eles aprendem a se situar na configuração social em que vão viver e
conviver: a partir da família.
Mas será que uma mãe, por exemplo, que não tem
um emprego, que não tem carreira ou vida profissional é, necessariamente, uma
mãe presente? E um pai que trabalha mais de dez horas diárias? Ele não pode de
modo nenhum ser um pai presente? Fica a duvida !
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